A evolução da humanidade não é uma linha contínua. Ela se dá em degraus. Cada novo lance produz os chamados saltos evolutivos. Foi assim na domesticação do fogo, no advento da energia elétrica e na invenção do computador. Cada uma a seu tempo, essas descobertas mudaram a forma de o indivíduo se relacionar com o planeta e tornaram a vida mais e mais viável. Pois agora, graças ao avanço tecnológico das telecomunicações, outro degrau está sendo vencido. É o que permite que cada pessoa possa ser encontrada, a qualquer momento, nos 510,3 milhões de quilômetros quadrados que compõem a superfície do globo terrestre. Sem sair de casa, uma família que more no Morumbi, em São Paulo, pode saber com margem de erro de apenas 10 metros a localização de um parente ou amigo que esteja em Turiaçu, no litoral do Maranhão, a 3.120 quilômetros da capital paulista. O indivíduo já não é mais uma partícula quase imperceptível entre os 6,6 bilhões de pessoas que povoam o planeta, mas um ponto em movimento em um mapa exposto na tela do celular ou do computador de alguém.
Tudo isso se tornou possível graças à conjugação de tecnologias de rastreamento, posicionamento e navegação, entre outras. Esse cruzamento trouxe o mundo da geotecnologia – como é conhecido o processamento de informações com base em referências geográficas – para o cotidiano dos cidadãos comuns...
... Até bem pouco tempo atrás, esses mecanismos eram satanizados, representavam o controle sobre a vida dos cidadãos. Algo semelhante ao Big Brother (Grande Irmão) do livro 1984, de George Orwell.
Atribuir a essas tecnologias o fim da privacidade constitui um exagero e uma imprecisão. "As pessoas hoje podem se sentir incomodadas por alguém saber sua posição em um dado instante. Mas elas já são amplamente monitoradas por cartões de crédito e de débito, cartões de acesso a prédios e escolas, provedores, portais, sites", diz Marcos Rodrigues, da USP. "Sabe-se muito sobre as pessoas, mas elas não se dão conta ou não se preocupam com isso." Amados ou odiados, os sistemas de localização tendem a se popularizar e a incorporar outras inovações, disse a VEJA o futurólogo inglês Patrick Dixon. Uma de suas apostas é a combinação das atuais tecnologias com os sistemas de identificação por radiofreqüência (RFid, na sigla em inglês). São etiquetas especiais que podem ser fixadas em qualquer roupa ou objeto e emitem sinais captados por antenas. Trata-se da mesma ferramenta usada nas pistas livres dos pedágios, nas quais a cobrança é feita quando um dispositivo preso ao vidro do carro se comunica com uma antena, autorizando a cobrança. Dixon acredita que esse cruzamento de tecnologias vai resultar em serviços cada vez mais personalizados. "Em breve, isso vai possibilitar que uma pessoa, ao se aproximar de um shopping, receba pelo celular uma mensagem informando os descontos que terá em determinada loja", diz. Como se vê, essa revolução está apenas começando.
Fonte: VEJA, 09 de abril de 2008 (Matéria: "Você está aqui").
NOTA: Apesar das alegadas vantagens (sempre em nome da segurança), é inegável que toda essa tecnologia, em mãos erradas, cujos propósitos sejam escusos, pode servir ao controle da população...
Um comentário:
Com o avanço da tecnologia, mais a informação bíblica, fica facil prever que em muito breve cumprir-se-á a profecia de que todos os habitantes do planeta serão monitorados segundo nos diz apocalipse 13:16 sabemos que o micro chip ou outra invenção tecnológica para monitoramento não será a marca da besta, porém será usado por ela.
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