Dois projetos de lei que serão em breve discutidos no senado americano poderão entregar à Casa Branca novos e mais alargados poderes no acesso a informação privada online, regular a segurança cibernética e, no limite, encerar o acesso à Internet se declarada uma ciber-emergência.
Os projetos de lei ao senado nº 773 e nº 778 (um esboço pode ser consultado aqui, em inglês) fazem parte do chamado Ato de Cibersegurança 2009, que poderá criar um novo departamento que reporte diretamente ao presidente americano.
Alguns defensores da privacidade online e especialistas em Internet alertaram desde já para o facto dos poderes governamentais serem, caso esta legislação seja aprovada, demasiado alargados em toda a sua abrangência.
Não querendo debater pormenores jurídicos destas propostas, e o seu eventual choque com as liberdades hoje consagradas a todo o cidadão, vou apenas destacar um aspeto, que, parece-me, não é de passar por alto.
O principal promotor destes dois projetos de lei é John 'Jay' Rockefeller, atualmente o único político do clã Rockefeller, uma família há décadas ligada ao empreendedorismo nos EUA, nas áreas da indústria, banca e política.
John 'Jay' é sobrinho de um outro Rockefeller proeminente: David Rockefeller Sr., cujo curriculum, principalmente nos bastidores da cena mundial, tem de ser considerado, no mínimo, impressionante:
a) foi o mais jovem Diretor do Council on Foreign Relations (Conselho sobre as Relações Externas), eleito em 1949; entre 1970 e 1985 foi presidente da mesma entidade (hoje é presidente honorário). Esta organização é uma entidade sediada em Nova Iorque, EUA, voltada para a política internacional. De acordo com os seus representantes, trata-se de uma entidade dedicada a aumentar a compreensão norte-americana sobre o mundo e contribuir com idéias para a política internacional dos EUA;
b) é membro, desde a sua fundação, do Clube Bilderberg, grupo abordado aqui no artigo 'Porque será Durão Barroso reconduzido como presidente da Comissão Europeia?';
c) é o fundador da Trilateral Comission (Comissão Trilateral), um grupo de debate que inclui políticos, eruditos, académicos, sindicalistas, filantropos, etc., mas não inclui governantes em exercício (estes estão no Clube Bilderberg...).
David Rockefeller está, igualmente, bem relacionado institucional e pessoalmente com o Banco Mundial, o Fundo Monetário Internacional e a CIA, entre outras entidades.
Em 2002, David publicou a sua autobiografia, 'Memórias', da qual se extrai este excerto da página 405 (o negrito é meu, para destaque): 'por mais de um século, extremistas ideológicos de ambos os lados do espetro político, aproveitaram o meu mediatizado encontro com (n.d.r.: Fidel) Castro para atacar a família Rockefeller pela arbitrária influência que, reclamam eles, nós mantemos nas instituições políticas e económicas americanas. Alguns julgam mesmo que nós somos parte de uma cabala secreta, trabalhando contra os melhores interesses dos Estados Unidos, caracterizando a minha família e eu como 'internacionalistas', e por conspirar com outros de todo o mundo para construir uma estrutura política e económica mais globalmente integrada - um só mundo, se assim preferirem. Se essa é a alegação, eu declaro-me culpado, e fico orgulhoso disso.'
Quis expôr o que me parecem ser factos; deixo a cada leitor tirar as suas conclusões.
(Blog O Tempo Final)
Um comentário:
Em relação a uma estrutura política e econômica mais 'globalmente integrada', a China propôs que fosse criada uma moeda única. E isto aproveitando-se da crise mundial. (G1 de hoje). Diante disto, quem poderá imaginar um cenário futuro que cumpra Apocalipse 13:17?
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