O último convite profético de Deus para a humanidade antes da Volta de Jesus está registrado em apocalipse 14:6-12. E começa assim: "Vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda nação, e tribo, e língua, e povo". (v. 6).
O último convite profético de Deus para a humanidade começa apresentando o "evangelho eterno" - as boas novas da salvação. Esse evangelho pode ser mais profundamente compreendido através da parábola do filho pródigo (Lc 15:11-32).
"Certo homem tinha dois filhos, e o mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda".
Kenneth Bailey viveu durante décadas no Oriente Médio e teve contato com a cultura tradicional das aldeias interioranas de diversos países, a qual em muitos aspectos continua a mesma que da época de Jesus.
"Por mais de quinze anos tenho perguntado a pessoas de todas as camadas sociais, desde o Marrocos até a Índia, e desde a Turquia até o Sudão, a respeito das implicações do pedido da herança por parte de um filho, estando o pai ainda vivo. A resposta quase sempre tem sido enfaticamente a mesma:
- Alguém já fez um pedido assim em sua aldeia?
- Nunca!
- Alguém poderia fazer um pedido assim?
- Impossível!
- Se alguém o fizesse, o que aconteceria?
- Seu pai bateria nele, sem dúvida!
- Por que?
- Este pedido significa: ele quer que seu pai morra!" (Kenneth Bailey, As Parábolas de Lucas, p. 212).
Portanto, pedir a herança antes da morte do pai traz profunda vergonha à família e destrói a sua honra. E o pai, para afastar a vergonha da família pode até mesmo ordenar a morte de tal filho.
Na parábola que Jesus contou o pai não só assumiu a vergonha como atendeu ao pedido do filho: repartiu a herança.
Tremenda lição para os ouvintes Jesus queria enfatizar: Deus nunca nos trata como nós merecemos mas sempre de acordo com Sua misericórdia! Esta verdade é a essência do evangelho eterno!
Depois que o filho partiu, esbanjou toda a herança com uma vida dissoluta e chegou no fundo do poço a ponto de comer com os porcos (v. 16) - o que, segundo a cultura judaica, era algo impensável pois o porco é um animal imundo com o qual nunca se deveria ter contato. O filho caiu em si e resolveu voltar para sua casa.
"E quando ainda estava longe, viu-o seu pai, e se moveu de íntima compaixão e, correndo, lançou-se-lhe ao pescoço, e o beijou". (v. 20)
Kenneth Bailey explica que "o cavalheiro na aldeia sempre anda pela rua em um passo lento, pomposo, a fim de preservar a sua honra. O pai do filho pródigo corre rua abaixo. Seria humilhante e degradante um patriarca da aldeia, hoje em dia, sair correndo pela rua da vila". (Ibidem, p. 18).
De acordo com a parábola, o pai correu em direção ao filho porque foi movido de "íntima compaixão". Só o amor do Pai pode explicar a vergonha assumida. Amor que tencionava proteger o filho, uma vez que ele era merecedor de morte.
O pai então:
1) Pediu a melhor roupa para ele como sinal de aceitação e proteção: "A minha alma se alegra no meu Deus porque me vestiu de vestes de salvação, me cobriu com o manto da justiça" (Is 61:10).
2) Colocou um anel em sua mão como forma de restituir-lhe a confiança diante dos demais.
3) Colocou sandálias em seus pés: sinal de que ainda o reconhecia como um filho livre, já que no Oriente os servos não usavam sandálias.
4) Preparou um bezerro cevado para demonstrar alegria - no Oriente só era oferecido um bezerro cevado em três ocasiões:
a) Nascimento de um filho.
b) Casamento.
c) Grande transação comercial.
Para o pai aquela situação era igual ao primeiro caso mencionado: "porque este meu filho estava morto e reviveu" (v. 24).
O evangelho eterno é a nossa grande esperança!
"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho Único para que todo aquele que nEle crê não pereça mas tenha a vida eterna". (Jo 3:16)
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