quinta-feira, junho 28, 2007

A misericórdia e a ira de Deus - Parte 2

Como regra geral, a ira de Deus se manifesta por uma simples atitude dEle: retirar Seu favor e Sua proteção do ser humano: “Não me escondas, Senhor, a tua face, não rejeites com ira o teu servo; tu és o meu auxílio, não me recuses, nem me desampares, ó Deus da minha salvação”. Sl 27:9. “Assim sucedeu por causa da ira do Senhor contra Jerusalém e contra Judá, a ponto de os rejeitar de sua presença”. Jr 52:3. De fato, como regra geral, Deus não manda nenhum raio do céu para atingir o ser humano por mais pecador que seja. Na maioria dos casos, Deus não é o agente ativo da Sua ira. A Bíblia revela quem, geralmente, é o agente ativo da ira divina. Ao compararmos dois textos que tratam da mesma história chegaremos a uma conclusão correta: “Tornou a ira do Senhor acender-se contra os israelitas, e ele incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, levanta o censo de Israel e de Judá”. 2Sm 24:1. No livro de Crônicas encontramos o relato paralelo: “Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou a Davi a levantar o censo de Israel”. 1Cr 21:1. Aparentemente, os dois textos dizem o contrário. Porém, quando estudamos este assunto da ira de Deus, compreendemos que esses textos não são contraditórios, pois Satanás, via de regra, é o agente ativo da ira divina. Quando Deus abandona o pecador em seus próprios caminhos e retira dele Sua proteção (anjo da guarda, o Espírito Santo), e quando esconde dele Seu rosto e Seu favor, o impenitente fica à mercê das hostes do mal e dos inimigos do povo de Deus controlados por Satanás. Em última análise, o diabo aproveita a oportunidade para enganar e destruir a humanidade que rejeita a misericórdia de Deus.

No passado, em muitas ocasiões Deus manifestou Sua ira, lançando Israel longe de Sua presença. Apesar de que a misericórdia divina sempre ia muito além do que poderia se esperar: “Porém o Senhor teve misericórdia de Israel, e se compadeceu dele, e se tornou para ele, por amor da aliança com Abraão, Isaque e Jacó; e não o quis destruir e não o lançou ainda da sua presença”. 2Rs 13:23. Se dependesse somente de Deus, nunca Ele trocaria a misericórdia por Sua ira para com o ser humano. Acontece que a humanidade é livre para escolher seu próprio caminho; e nessa liberdade acaba escolhendo rejeitar a misericórdia e o favor divinos. É exatamente quando isso repetidamente acontece que Deus derrama Sua ira: “...a boa mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam, para o bem deles; mas a sua força e sua ira, contra todos os que o abandonam”. Ed 8:22.

A manifestação da ira divina pode envolver o engano (1Rs 22:19-23) e a destruição: “O Senhor fará ouvir a sua voz majestosa e fará ver o golpe do seu braço, que desce com indignação de ira, no meio de chamas devoradoras, de chuvas torrenciais, de tempestades e de pedra de saraiva”. Is 30:30. Em outras palavras, quando Deus permite, Satanás e seus agentes podem enganar ou usar as forças da natureza para causar incêndios, enchentes, furacões, tempestades, secas etc. Ainda outro meio muito usado como manifestação da ira divina é a violência e a guerra patrocinadas pelos inimigos do povo de Deus: “Ainda que o exército dos siros viera com poucos homens, contudo, o Senhor lhes permitiu vencer um exército mui numeroso dos judeus, porque estes deixaram o Senhor, Deus de seus pais. Assim, executaram os siros os juízos de Deus contra Joás”. 2Cr 24:24.

Os inimigos do povo de Deus podem ser instrumentos de Sua ira: “Depois disto, diz o Senhor, entregarei Zedequias, rei e Judá, e seus servos, e o povo, e quantos desta cidade restarem de pestilência, da espada e da fome na mão de Nabucodonosor, rei da Babilônia, na de seus inimigos e na dos que procuram tirar-lhes a vida; feri-los-á a fio de espada; não os poupará, não se compadecerá, nem terá misericórdia”. Jr 21:7.

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