Permita-me mostrar um exemplo para tornar as coisas um pouco mais claras. Pense em cerca de 20 (ou 10 se for mais jovem) anos atrás. Pense no que você imaginava relativamente a certos problemas do dia. Pense nestes mesmos problemas hoje; note como você parece mudar "sua" mente acerca deles, para tornar-se mais tolerante de coisas que você antes se opunha decididamente. É o assistir televisão que mudou sua mente, ou para usar os termos de Becker, "preparou suas percepções".
Vinte anos atrás, a maioria das pessoas não pensava na loucura do que agora é chamado de ambientalismo. A idéia de que animais e plantas seriam protegidos sobre uma base igual com a vida humana, era absurdo. Funcionava contra o conceito básico da civilização de que o homem é a espécie mais elevada e distinta dos animais, e que é o homem, em virtude de que foi feito à imagem de Deus, para quem a vida é sagrada. Isto era há 20 anos. Mas agora, muita gente, igual a você, parece pensar diferente; existem mesmo leis que estabelecem isso.
Esta contradição, visão anti-humana do homem, não mais do que iguais a animais e a plantas, foi inserida em nossas consciências pela sugestão da televisão. Essa loucura ambiental foi descrita nos shows das redes de televisão, nos filmes da televisão, e nas notícias. Iniciou-se lentamente, mas apreendido com energia. Os porta-vozes ambientalistas foram progressivamente vistos no favorável brilho da televisão. Aqueles que se opuseram a esta opinião foram mostrados numa situação desfavorável. Foi feito num período longo de tempo, com repetição. Se você não estava completamente conquistado, foi feito tolerante com as opiniões dos lunáticos ambientalistas cujas declarações eram insanas moralmente e cientificamente.
Permita-me mostrar o mais recente exemplo: a luta contra o Iraque. Aquela foi uma guerra feita para a televisão. Na realidade, foi uma guerra "organizada" através da televisão. Relembre um ano: Como foram os americanos preparados para o eventual morticínio de mulheres e crianças do Iraque? Imagens no vídeo: Saddam Hussein, de um lado, Hitler do outro. As imagens repetidas em noticiários, ajudadas por cenas de alegadas atrocidades no Kuwait. Então a guerra em si: o vídeo game semelhante a imagens de mísseis "inteligentes" destruindo objetivos iraquianos.
Finalmente, o comandante-em-chefe americano Gen Norman Schwartzkopf, conduziu uma entrevista final de imprensa que foi intencionalmente orquestrada para assemelhar-se ao treinador vencedor da final de campeonato, descrevendo sua vitória.
Aquelas foram as imagens que dominaram nossa população. Somente agora, meses mais tarde, nós achamos que as imagens nada tinham com a realidade. As "atrocidades" do Iraque no Kuwait e alhures foram exageradas. Nossos mísseis "inteligentes" semelhantes ao famoso sistema anti-missil Patriot realmente não trabalharam. Oh, é a casualidade dos números: parece que nós matamos mais mulheres e crianças que soldados. Dificilmente uma "vitória gloriosa". Mas, como poderia ter feito uma diferença se o povo soubesse disto enquanto a guerra estava sendo planejada ou em progresso; pesquisas ainda mostram que os americanos não desejavam saber da guerra ou qualquer histórias "interessantes".
Vendo a questão mais amplamente, onde nossos filhos adquirem mais os seus valores, senão do que eles vêem na televisão? Os pais podem contra-atacar a influência da caixa infernal, mas não poderiam superá-la. Como poderia, se eles mesmos tem tido os cérebros lavados pela mesma caixa gastando mais tempo com ela do que com eles? Estudos mostram que a maioria da programação da televisão é gerada para menos que o quinto grau do nível de compreensão; pais, semelhantes a vocês, estão eles mesmos sendo refeitos nas imagens infantis do vídeo da televisão. Toda a sociedade torna-se mais infantil, mais facilmente controlável.
Como Emery explica: "Nós estamos propondo que a televisão com simples, constantes e repetitivos estímulos visuais ambíguos, gradualmente feche completamente o sistema nervoso central do homem".
Becker sustenta uma opinião similar do efeito da televisão sobre a habilidade para pensar: "Americanos realmente não pensam – eles têm opiniões e emoções. A televisão cria a opinião e então eles confirmam".
Em lugar nenhum, isto é mais óbvio do que na política. A televisão diz aos americanos o que pensar acerca dos políticos, restringindo suas escolhas para que seja aceitável para as oligarquias que têm o poder financeiro, que controlam as redes e a maioria dos canais de TV a cabo. Ela comenta com as pessoas o que foi dito e o que é "importante". Cada coisa, além disso, é filtrada. É anunciado para você quem pode ganhar e quem não pode. E pouca gente tem o ímpeto de olhar além das imagens no vídeo, para pesquisar o conteúdo e a veracidade das idéias e exercer uma alta qualidade de liderança.
Um importante assunto como escolher um presidente torna-se como escolher uma caixa de detergente: um conjunto de possibilidades, cujos limites são determinados, pelas imagens no vídeo. Fica estabelecido a aparência da liberdade de escolha mas, você não tem liberdade e nem escolha verdadeiras. Assim é como agem os "lavadores de cérebros".
"Eles estão com as mentes programadas pelo tubo", disse Becker ao entrevistador. É realmente mais do que isto. Penso que as pessoas perderam a habilidade de relacionar as imagens de suas próprias vidas sem a intervenção da televisão para dizer o que representam. Isto é o que nós realmente pretendemos quando dizemos que temos uma sociedade condicionada.
Lonnie Wolfe
Parte do texto original: Desligue sua Tv!
Fonte: www.catalisando.com
NOTA: Aqueles que se tornam dependentes da televisão não conseguem desenvolver sua individualidade: "Cada ser humano criado à imagem de Deus, é dotado de certa faculdade própria do Criador - a individualidade - faculdade esta de pensar e agir. Os homens nos quais se desenvolve esta faculdade, são os que arrostam responsabilidades, que são os dirigentes nos empreendimentos e que influenciam nos caracteres. É a obra da verdadeira educação desenvolver esta faculdade, adestrar os jovens para que sejam pensantes e não meros refletores do pensamento de outrem". Educação, p.17.
Leia também: Estratégias de manipulação
Um comentário:
Esta frase de Noam Chomsky é bem apropriada pra esse post:
"A forma inteligente de manter as pessoas passivas e obedientes é limitar estritamente o espectro da opinião aceitável, mas estimular muito intensamente o debate dentro daquele espectro...Isto dá às pessoas a sensação de que o livre pensamento está pujante, e ao mesmo tempo os pressupostos do sistema são reforçados através desses limites impostos à amplitude do debate".
Abraços.
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