“É fundamental para a nossa fé e para o nosso testemunho cristão que se proclame a ressurreição de Jesus de Nazaré como um acontecimento real, histórico, atestado por numerosas testemunhas que se tornaram autoridade”, disse [Bento XVI] na audiência geral, perante milhares de peregrinos reunidos no Vaticano... Para o Papa, “a novidade surpreendente da ressurreição é tão importante que a Igreja não deixa de proclamá-la, prolongando a sua recordação, especialmente no Domingo, que é o dia do Senhor e a Páscoa semanal do povo de Deus”. (Ecclesia)
NOTA: Concordo com a ressurreição de Cristo como um fato histórico. As evidências são abundantes neste particular. O ponto de discordância fica sendo em relação ao domingo como dia do Senhor, alegado memorial da ressurreição de Cristo. É exatamente o contrário o que encontramos no texto bíblico.
O memorial da ressurreição é o batismo por imersão: "Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo Jesus foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida" (Rm 6:3, 4).
O dia do Senhor é o sábado: "Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor vosso Deus; não farás nenhum trabalho" (Ex 20:10). "Porque o Filho do Homem é Senhor do sábado" (Mt 12:8).
Depois da ressurreição o sábado deveria continuar como dia do Senhor: "Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno, nem no sábado" (Mt 24:20 - alerta de Jesus para fugir da destruição de Jerusalém que ocorreria só no ano 70 d.C.). O apóstolo Paulo continuou guardando o sábado do Senhor (At 18:4).
A ressurreição de Jesus não ocorreu no sábado do Senhor, nem no sábado cerimonial: "Mas, no primeiro dia da semana, alta madrugada, foram elas ao túmulo, levando os aromas que haviam preparado. E encontraram a pedra removida do sepulcro; mas, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus" (Lc 24:1-3). Havia sete sábados cerimoniais (dias de santa convocação e descanso solene) relacionados com as sete festas religiosas do calendário judaico. Estes sete sábados (como que feriados) poderiam cair em qualquer dia da semana, até mesmo no sétimo dia. Quando coincidia o sábado do Senhor com um sábado cerimonial, então, era chamado de sábado grande, como aconteceu no ano em que Jesus morreu (Jo 19:31). Um fato interessante é que, nas três primeiras festas do calendário judaico, que aconteciam no primeiro mês, havia dois sábados cerimoniais - nenhum deles relacionado com a Páscoa (sexta-feira em que Jesus morreu) ou com as Primícias (domingo em que Cristo ressuscitou).
Segundo Levítico 23, o primeiro e o último dia da festa dos Pães Asmos deveriam ser sábados cerimoniais (seta vermelha na figura ao lado) - no ano em que Jesus morreu o primeiro dia dos Pães Asmos caiu no sábado. Portanto, nem pelos sábados cerimoniais pode-se chegar à conclusão que o domingo é o dia do Senhor por ter Cristo ressuscitado em um dia santo.
Os sábados cerimoniais e todo o ritual do santuário chegou ao fim com a morte de Cristo: "Farei cessar todo o seu gozo, as suas Festas de Lua Nova, os seus sábados [quando se refere aos sábados do Senhor aparece "meus sábados"] e todas as suas festividades" (Os 2:11). "Eis que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo" (Mt 27:51).
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