Ainda outro fator colaborador na aproximação entre a
Igreja Romana e o protestantismo foi o movimento ecumênico. Formalmente, o
início do ecumenismo ocorreu com a Conferência Missionária Mundial, em junho de
1910, em Edinburgh, Escócia, organizada e presidida pelo metodista
norte-americano John R. Mott. “John R. Mott tinha um alvo bem definido ao
realizar essa conferência: fazer Jesus Cristo conhecido por todos neste mundo.
Com a intenção de alcançar esse alvo, ele buscava a união do maior número possível
de cristãos para dar início a uma evangelização mundial abrangente”. (Michael
Urban, Ecumenismo – O retorno a Babel,
p.25).
Ele conseguir reunir mais de 1300
delegados, “representantes oficiais de várias sociedades missionárias. Ao
organizar esta conferência, Mott convocou estas sociedades e não as igrejas.
Isto possibilitou a busca de cooperação na missão e afastou o risco da busca de
uma única igreja que congregasse todas as denominações cristãs”. (Wikipédia – John Raleigh Mott).
Com o aumento de poder e influência
desse movimento, a Igreja Romana, mesmo antes do estabelecimento do Vaticano,
sentiu necessidade de pronunciar-se. No início de 1928 o papa Pio XI publicou
uma encíclica sobre a “promoção da verdadeira unidade de religião”. Nela o
bispo de Roma repudia o desejo de união a qualquer custo dos cristãos dizendo
que “estes esforços não podem, de nenhum modo, ser aprovados pelos católicos,
pois eles se fundamentam na falsa opinião dos que julgam que quaisquer
religiões são, mais ou menos, boas e louváveis”. E conclui: “é manifestamente claro que a Santa Sé, não pode, de modo
algum, participar de suas assembleias e que, aos católicos, de nenhum modo é
lícito aprovar ou contribuir para estas iniciativas: se o fizerem concederão
autoridade a uma falsa religião cristã, sobremaneira alheia à única Igreja de
Cristo”. (Encíclica
Mortalium Animos, 06 de
janeiro de 1928).
Em 1946, John R. Mott
ganhou o prêmio Nobel da Paz pelo seu “longo e frutífero trabalho em unir os povos
de muitas nações, raças e comunhões num vínculo comum de espiritualidade”. (Michael
Urban, Ecumenismo – O retorno a Babel,
p.26). E em 1948, também com seu apoio, surge a maior organização ecumênica
mundial: O Conselho Mundial de Igrejas (CMI). John Mott torna-se presidente do
CMI em 1954, e em janeiro de 1955 veio a falecer.
Na 3ª Assembleia Geral do CMI, realizada em 1961,
Nova Déli (Índia), “houve pela primeira fez observadores católicos presentes”. (Michael Urban, Ecumenismo – O retorno a Babel, p.37). A
partir desse ano, as ideias marxistas foram recebidas pelo CMI e nascia o “evangelho
social”. Logo em seguida, o pensamento católico sobre o ecumenismo alcançaria o
ponto da virada com o Concílio Vaticano II. Como tomar parte no movimento
ecumênico sem abrir mão da primazia de Roma? Várias decisões e declarações
deste concílio prepararam o catolicismo para assumir mais tarde o protagonismo
dentro do movimento ecumênico. Especialmente as que preparavam o terreno para o
surgimento do carismatismo dentro do catolicismo. “O Vaticano II foi um
verdadeiro Pentecostes como o mesmo João XXIII havia desejado e ardentemente
pedido”. (A
História Renovação Carismática Católica). “E não vê nenhum
motivo para que se estabeleça uma oposição entre ‘carisma’ e ‘ministério’ ou
‘carisma’ e ‘instituição’”. (Ibidem).
“A Renovação Carismática Católica... teve origem com um retiro espiritual realizado
em fevereiro de 1967 na Universidade de Duquesne (Pittsburgh, Pensylvania,
EUA)”. (Ibidem). “E com a cooperação
do Movimento Carismático, o pensamento ecumênico se alastrou de maneira
explosiva dentro da igreja católica”. (Michael Urban, Ecumenismo – O retorno a Babel, p.38).
Embora a Igreja Romana continuasse afirmando ser o
único meio de salvação, o Concílio Vaticano II alterou profundamente a
linguagem ecumênica oficial da igreja com um decreto do papa Paulo VI: “Esta cooperação [de todos os cristãos],
que já se realiza em não poucas nações, deve ser aperfeiçoada sempre mais,
principalmente nas regiões onde se verifica a evolução social ou técnica. Vai
ela contribuir para apreciar devidamente a dignidade da pessoa humana, promover
o bem da paz, aplicar ainda mais o Evangelho na vida social, incentivar o
espírito cristão nas ciências e nas artes e aplicar toda a espécie de remédios
aos males da nossa época, tais como a fome e as calamidades, o analfabetismo e
a pobreza, a falta de habitações e a inadequada distribuição dos bens. Por essa
cooperação, todos os que creem em Cristo podem mais facilmente aprender como
devem entender-se melhor e estimar-se mais uns aos outros, e assim se abre o
caminho que leva à unidade dos cristãos”. (Decreto Unitatis Redentigratio, 21 de novembro de 1964).
Com uma nova embalagem
e tendo como eixo central de união o carismatismo, “em 1968 foi criado um grupo
comum de trabalho com a incumbência de manter o contato entre o Vaticano e o
Conselho Mundial de Igrejas”. (Michael Urban, Ecumenismo – O retorno a Babel, p.38). “E pela primeira vez na
história, o papa Paulo VI visitou a sede do Concílio Mundial de Igrejas em 1969”.
(La Ecumenicidad Religiosa para el
Nuevo Orden Mundial, p. 24). Todos os esforços da Igreja Romana
continuaram nessa direção: incentivar a união de todos os cristãos mantendo a
primazia de Roma. E foi durante o pontificado de João Paulo II que a diplomacia
papal mais priorizou o ecumenismo buscando conquistar definitivamente os “irmãos
separados”. Segundo as palavras de João Paulo II: “Desde o começo de meu
pontificado, fiz do ecumenismo a prioridade de minha preocupação e ação
pastoral”. (Liliane Borges, O
ecumenismo no pontificado de João Paulo II).
Por isso, nos primeiros anos do pontificado de João Paulo
II, o protagonismo de Roma dentro do movimento ecumênico aliado ao surgimento
da Direita Religiosa nos EUA culminou na união diplomática entre os dois
Estados. Alberto Rivera, ex-jesuíta,
“explica que estando sob o juramento dos jesuítas, foi-lhe dito que um
sinal secreto seria dado aos jesuítas quando o movimento ecumênico
houvesse acabado com o protestantismo, em preparação para a assinatura de
uma concordata entre o Vaticano e os Estados Unidos. O sinal seria que
um presidente [norte-americano] faria o juramento [de posse] em frente a
um obelisco. Pela primeira vez na historia dos Estados Unidos, a cerimônia de
juramento foi mudada para o lado oeste do Capitólio, e o presidente Reagan
fez o juramento em frente ao monumento de Washington. Isso aconteceu em 20 de
janeiro de 1981”. (Los Padrinos - Alberto Tercera Parte, p. 26).
Posteriormente, no mesmo
mandato do presidente Reagan, em 10 de janeiro de 1984, os EUA estabeleceram relações
diplomáticas com o Vaticano - algo impensável para os Pais Fundadores da América.
Trinta anos mais tarde,
o ecumenismo já é capaz de produzir cenas que só a profecia bíblica poderia
antecipar. No início de 2014, diversos ministros carismáticos e pentecostais
presentes em uma reunião nos EUA, patrocinada pelo ministério evangélico Kenneth Copeland Ministries, ouvem a
preleção do bispo anglicano Tony Palmer, o qual apresenta um vídeo gravado por
ele mesmo, com uma mensagem
pessoal do papa Francisco apelando à união completa dos cristãos sob a
liderança do Vaticano. Antes de apresentar o vídeo Palmer se apresenta como o
profeta Elias enviado “para converter o coração dos pais aos filhos e dos
filhos aos pais”, demonstrando não haver mais razões para protestar contra a
Igreja Católica, e convidando todos a se unirem. Depois de assistirem o vídeo
do papa Francisco, os líderes do evento dão glória a Deus, bem como recebem e
pronunciam uma benção do e para o Vaticano.
Embora Roma venha
enfatizando o “escândalo da divisão” do cristianismo desde o Concílio Vaticano
II, e promovendo o diálogo com as várias denominações cristãs “separadas” de
Roma, e também com as diversas religiões não cristãs, essa mesma postura de
contemporização e relativismo tem afastado igrejas e grupos cristãos mais
conservadores. A principal razão para isso é que “o quadro escatológico da
igreja de Deus antes da segunda vinda não é o de uma megaigreja reunindo toda a
humanidade, mas o de um 'remanescente' da cristandade, aqueles que guardam os
mandamentos de Deus e têm a fé de Jesus (Apocalipse 14:12)”. (Bert Beverly Beach, Ecumenism - Boon or Bane?).
O ecumenismo papal conseguiu cumprir seu papel como cavalo de Tróia graças à atitude do próprio protestantismo: “O catolicismo na verdade em muito se assemelha ao protestantismo que hoje existe; pois o protestantismo moderno muito se distancia daquele dos dias da Reforma”. (EGW, O Grande Conflito, p. 571). Por tudo isso, pode-se notar que a besta da terra já atingiu o ponto profético onde fará com que os habitantes da terra adorem a primeira besta. E aqueles que não receberem a marca da besta (guarda do domingo) nem o número do seu nome, terão sua liberdade econômica bloqueada (Ap 13:17). "Pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis". (Ap 13:18).
O ecumenismo papal conseguiu cumprir seu papel como cavalo de Tróia graças à atitude do próprio protestantismo: “O catolicismo na verdade em muito se assemelha ao protestantismo que hoje existe; pois o protestantismo moderno muito se distancia daquele dos dias da Reforma”. (EGW, O Grande Conflito, p. 571). Por tudo isso, pode-se notar que a besta da terra já atingiu o ponto profético onde fará com que os habitantes da terra adorem a primeira besta. E aqueles que não receberem a marca da besta (guarda do domingo) nem o número do seu nome, terão sua liberdade econômica bloqueada (Ap 13:17). "Pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis". (Ap 13:18).
O número 666 era
associado às religiões de mistério na antiga Babilônia e usado na adoração ao
sol. O que confirma novamente que as duas bestas do apocalipse 13, ao proporem
um governo mundial, e a guarda universal do domingo estarão agindo sob a mesma influência
pagã-ocultista das antigas religiões de mistério. Contra esse futuro sistema
religioso Deus pronunciou a mais solene advertência nas Escrituras: “Se alguém
adora a besta e a sua imagem e recebe a sua marca na fronte ou sobre a mão, também
esse beberá do vinho da cólera de Deus, preparado sem mistura, do cálice da sua
ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e na
presença do Cordeiro”. (Ap 14:9 e 10).
E também deixou um
convite: “Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados
e para não participardes dos seus flagelos”. (Ap 18:4).
“Desde já vos digo,
antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que EU SOU”. (Jo 13:19).
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