No domingo passado a cidade de São Paulo sediou pela 11ª vez a Parada Gay, um evento com claras implicações políticas, filosóficas e religiosas.
O momento é mais que propício para uma melhor análise das implicações religiosas do Movimento Gay. Razão pela qual recomendo a leitura do livro “O Deus do Sexo – Como a espiritualidade define a sua sexualidade”, de autoria de Peter Jones, Editora Cultura Cristã.
“Nesse livro provocante e autêntico, o teólogo e especialista em neo-paganismo, Peter Jones, apresenta duas visões da sexualidade que surgiram de duas opções religiosas ligadas a duas cosmovisões fundamentais”.
Segundo o autor, por trás do Movimento Gay está uma maneira pagã de ver o mundo. “A crença pagã na divindade de todas as coisas é chamada de monismo. O monismo é um-ismo, isto é, os seres humanos, os animais, as árvores, as pedras e Deus são um porque todas as coisas têm a mesma natureza”. Enquanto o “oposto do monismo é o teísmo, a nobre cosmovisão da Bíblia, que revela e honra a Deus como Senhor de tudo. Deus e o universo são distintos, como um relógio e um relojoeiro”. (pág. 106). O autor cita também as palavras de Lloyd Geering, pensador monista da Nova Zelândia: “Diferente do caráter dualista do mundo cristão, o novo mundo global é monista. Isso significa que o universo é visto como essencialmente um”. (pág 39).
Portanto, dentro do monismo não há espaço para um Deus Transcendente já que tal filosofia admite uma só realidade: não há separação entre Criador e criaturas. Já para o teísmo, “dar a Deus um lugar distinto é santificá-Lo, ou confessá-Lo como ‘santo’ porque o significado fundamental de santo [na Bíblia] é ‘separado’... O mandamento de reconhecer a Deus como santo significa separá-lo como único, ou seja, não confundi-lo com outras entidades que reivindicam o direito à divindade ou confundi-lo com o que ele fez. Os dois não são o mesmo”. (pág. 106 e 107).
Sobre esse ponto Jones, então, conclui: “Não há somente um círculo que envolve a realidade, como afirmam os monistas. A Bíblia insiste em que os cristãos desenhem dois círculos. Há dois tipos de realidade: a realidade do Criador Divino e a realidade da ordem criada. Esse ‘dualismo’ entre céu e terra, entre Deus e a criação – o dualismo que os pensadores pagãos tanto difamam – é a própria essência da revelação bíblica”. (pág. 112).
Seguindo o raciocínio proposto o autor continua: “A distinção entre Criador e criatura determinou o modo como Deus cria. Deus fez a matéria cósmica nascer do nada, do ‘caos’ original ou matéria sem forma. A obra da criação de Deus transformou o caos em universo organizado. Como um especialista habilidoso... Deus criou estabelecendo distinções, filtrando as coisas e dando a cada coisa o seu lugar e função. Essa é a essência do que a Bíblia quer dizer com o ato da criação. É por isso que a separação é imediatamente associada ‘ao que é bom’. O paganismo crê que a separação é má; Deus declara que é boa.’E viu Deus que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas’. (Gênesis 1:3)... Os atos de ‘separação’ criativa de Deus têm relação com a noção de santidade... Separar e santificar são termos sinônimos... Ao filtrar as coisas e dar a cada uma um nome específico e uma função diferente [incluindo aí a questão de gênero: macho e fêmea], Deus está ‘santificando’ e declarando santo o que Ele faz. Elas refletem, em algum nível de criatura, a santidade de Deus”. (págs 119-121).
Continua...
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