Em 1844 o papa Gregório XVI emite uma encíclica "condenando as Sociedades Bíblicas e fazendo um chamamento aos governos para que se opusessem ao progresso de liberdade de consciência" (comentário de Ruy Carlos de C. Vieira, editor Sucessos Preditos da História Universal, 2ª Ed., p. 72). Portanto, colocando a autoridade da Igreja acima da autoridade Bíblica, a Igreja Cristã lançou a base para mudar a Lei de Deus. Um exemplo clássico dessa tensão aconteceu com Lutero por ocasião do surgimento da Reforma Protestante. Ele afirmava que a consciência do homem deve estar subordinada apenas à Palavra de Deus; seu conhecido lema era: Sola Scriptura, "A Bíblia e a Bíblia somente". Ocorre que certa vez, um de seus mais ferozes opositores, o teólogo Johann Eck, tentou ironizá-lo dizendo: "A Escritura ensina: ‘Lembra-te do dia de sábado para o santificar; seis dias trabalharás e farás toda tua obra; mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus...’ Assim, a igreja mudou o sábado para o domingo por sua própria autoridade, e para isso você não tem nenhuma Escritura" (citado por C. M. Maxwell, Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, p. 134).
Outro exemplo de que a Igreja Romana assume a mudança do 4º mandamento da Lei de Deus está no diálogo a seguir envolvendo perguntas feitas a um líder católico:
" – Ensinam os protestantes algum outro absurdo no que diz respeito à Escritura?
– Sim; eles procuram persuadir os seus seguidores, de que a Escritura contém revelada toda a vontade de Deus e que não se deve crer ou praticar nada além do que se acha expressamente escrito no Livro Sagrado... Eles devem, se a Escritura é sua única regra... guardar, não o domingo, mas o sábado, de acordo com o mandamento ‘lembra-te do dia de sábado para o santificar...’; porque este mandamento não foi mudado ou ab-rogado na Escritura..." (A Doctrinal Catechism, citado por Edwin Thiele, Apostila de Daniel, p. 70).
Ainda outro diálogo:
" – Que autoridade bíblica existe para mudar o descanso do sétimo dia para o primeiro dia da semana? Quem deu ao papa a autoridade para mudar um mandamento de Deus?
– Se a Bíblia é o único guia para os cristãos, então o adventista do sétimo dia está certo em observar o sábado como o judeu. Entretanto, como os católicos aprendem o que crer e o que fazer da divina e infalível autoridade estabelecida por Jesus Cristo, a Igreja Católica fez do domingo o dia de descanso nos tempos apostólicos para comemorar a ressurreição do nosso Senhor neste dia, e para distinguir claramente o judeu do cristão" (A Doctrinal Catechism, citado por Edwin Thiele, Apostila de Daniel, p. 71).
Além do quarto mandamento sobre o descanso no sábado, a Igreja Romana também alterou (omitiu) o segundo mandamento que proíbe a adoração de imagens. Todos esses aspectos históricos encaixam-se perfeitamente com a profecia de Daniel, o que só vem confirmar a aplicação do simbolismo do chifre pequeno à Igreja Romana, aquela que continua sendo dirigida pelo bispo de Roma.
Outro item a ser considerado dentro da profecia de Daniel é o juízo: "Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de dias se assentou... assentou-se o tribunal, e se abriram os livros" (Dn 7: 9, 10). Vamos abordar este tem em outro estudo. De momento, o que importa entender é que o juízo mencionado na profecia ocorre depois do período de domínio do chifre pequeno: "Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até o fim" (7:26).
Finalmente, podemos perceber que a pedra que destruiu a estátua no sonho do rei Nabucodonosor (simbolizando o reino de Deus), também encontra um paralelo no capítulo 7 de Daniel. Assim como em Daniel 2 a profecia assinalou que "o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo" (Dn 2:44), assim também no capítulo 7 temos uma referência ao reino de Deus a ser implantado aqui na Terra por ocasião da Volta de Cristo: "Foi-lhe dado domínio, e glória, e o reino, para que os povos, nações e homens de todas as línguas o servissem; o seu reino jamais será destruído... O reino e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será eterno, e todos os domínios o servirão e lhe obedecerão" (Dn 7:14, 27).
A visão do capítulo 7 de Daniel, portanto, é uma repetição do sonho do rei Nabucodonosor relatado no capítulo 2, com o acréscimo de importantes detalhes, ampliando maravilhosamente a mensagem de Deus à humanidade. É o princípio da "repetição e ampliação" encontrado de maneira clara nas profecias de Daniel e do Apocalipse. Após este estudo, a confiança no nosso Deus se fortalece. Estamos certos de que não somos escravos do acaso, mas servos da Vontade Soberana de Deus: "Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente" (Is 40:8).
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