segunda-feira, setembro 19, 2011

Espíritos que curam

Na luta contra o câncer no sistema linfático, o ator Reynaldo Gianecchini também recorre à cirurgia espiritual. Milhões de doentes graves aliam métodos alternativos ao tratamento convencional, agora com a aprovação da medicina, que reconhece os efeitos positivos dessa prática.

A Doença

Conhecido como linfoma não Hodgkin T angioimunoblástico, o câncer de Gianecchini reúne as três particularidades mais temidas: é raro, agressivo e resistente. Representa apenas 1% do total de linfomas. No Brasil, isso significa 130 novos caos por ano.

"O número reduzido de doentes dificulta o desenvolvimento de estudos específicos para esse tipo de tumor", diz o infectologista Artur Timerman, do Hospital Edmundo Vasconcelos, em São Paulo. É baixa a resposta desse tipo de câncer aos tratamentos.

"As células doentes têm um mecanismo de sobrevivência extremamente elaborado, expulsando os medicamentos com grande facilidade", diz Carlos Chiattone, diretor da Associação Brasileira de Hematologia e Hemoterapia e hemastologista do hospital Santa Casa, também na capital paulista.

Por isso, a quimioterapia tem de ser muito pesada. dentro de quatro a seis meses, Gianecchini deve receber o volume até cinco vezes maior de quimioterápicos. Para restaurar o sistema imunológico, ele será submetido a um transplante de medula óssea autólogo. De uma amostra de sangue, os médicos coletam células-tronco do próprio paciente e, ao final da quimioterapia, as reinjetam no organismo do paciente. Essa técnica contribui para reduzir em cerca de 30% a taxa de mortalidade pelo linfoma não Hodgkin T angioimunoblástico.

O Tratamento Espiritual

Sábado, 20 de agosto... Gianecchini, de 38 anos, estava internado havia quase um mês no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo... Às 16:30 h o ator deitou-se na cama de lençóis recém-trocados. Ele vestia uma camiseta branca. De barriga para cima, os braços estendidos junto ao corpo, Gianecchini fechou os olhos. No criado-mudo, à direita do leito, um copo de água mineral coberto com um guardanapo de papel. Por quinze minutos, o silêncio foi absoluto.

Simultaneamente, a 400 Km da capital paulista, na cidade de Franca, no interior do estado, o médium João Berbel, de 56 anos, deu início a mais uma de suas cirurgias espirituais a distância.

De jaleco azul-claro, estendeu-se sobre uma das trinta macas de um galpão de 200 metros quadrados do Instituto de Medicina do Além. Cerca de 400 pessoas acompanhavam o ritual. Eram parentes e amigos de uma centena de doentes em todos os cantos do Brasil. Entre eles, estavam os tios paternos do ator... Às 16:30 h, todos fecharam os olhos e "mentalizaram" a cura dos entes queridos.

Não é preciso levar fotografia do enfermo ou revelar a graça a ser alcançada - basta estar na mesma "sintonia fluídica", como define o médium. "Formamos uma corrente mento-eletromagnética", diz Berbel. No dia seguinte ao procedimento espiritual, Gianecchini tomou a água mineral benzida pelo médium em três doses - antes do café da manhã, do almoço e do jantar...

Desde 1996, o então mecânico elétrico Berbel diz ter começado a incorporar o espírito do clínico geral Ismael Alonso y Alonso, o "médico dos pobres" - prefeito de Franca nos anos 50 e vítima de um infarto fatal em 1964...

Gianecchini segue à risca as orientações de Berbel. Uma semana antes e outra depois da cirurgia espiritual, por exemplo, ficou sem comer carne. Todos os dias, após o almoço, ingere uma cápsula de plantas ditas medicinais, fabricada no laboratório do Instituto de Medicina do Além, na periferia de Franca.

A última vez em que Gianecchini e Berbel estiveram juntos foi na alta do ator, em 26 de agosto. Depois de passar pela primeira sessão de quimioterapia, Gianecchini recebeu a visita do médium.

"O [espírito do] doutor Alonso colocou uma mão na cabeça e a outra no pescoço do Reynaldo, justamente onde está o foco do problema de saúde", lembra Berbel. Em seguida, ainda conforme o médium, o espírito encarnado fez uma oração pedindo a cura, proferiu uma reza batizada de "Oração para Jesus" (de sua própria autoria) e encerrou o ritual com o pai-nosso.

Antes de desencarnar, o doutor Alonso teria dito a Gianecchini que saísse pela porta da frente do hospital e mostrasse aos fãs que estava pronto a enfrentar a guerra contra o câncer...

Fonte: VEJA, 21 de setembro de 2011

NOTA: Nossa fé não deve estar baseada em milagres ou sinais sobrenaturais (Jo 4:48) mas sim na Palavra de Deus, no "Assim diz o Senhor" (Mt 4:4). Até porque as "curas" e os sinais milagrosos farão parte do engano final antes da Volta de Cristo.

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