quarta-feira, agosto 29, 2007

A história dos Impérios antecipada - Parte 1

Estudar o livro do profeta Daniel com o desejo de compreender a mensagem divina é recompensador. O livro está dividido em duas partes, sendo a primeira parte histórica (capítulos 1-6), e a segunda parte profética (capítulos 7-12). O profeta Daniel nasceu cerca de 622 a. C., e nos seus dias quatro nações dominavam o Oriente Médio: o Egito, a Lídia, a Média e a Babilônia. "Entre 626 e 612 a. C. - período em que Daniel nasceu - Nabopolassar, rei de Babilônia, esmagou o que restava do Império Assírio e tornou-se o fundador do Império Neo-Babilônico. Seu filho, Nabucodonosor II, conseguiu elevar Babilônia à sua época de ouro. Nabucodonosor II é o Nabudonosor do livro de Daniel." (C. Mervyn Maxwell, Uma Nova Era segundo as profecias de Daniel, p. 13).

Por ocasião da morte de Nabopolassar em 605 a. C. , "seu filho Nabucodonor estava em campanha na Síria onde recentemente vencera os egípcios em sangrenta batalha. Ao receber a notícia da morte de seu pai, deixou as presas de guerra e os cativos, entre os quais provavelmente Daniel e seus companheiros, para seus generais levarem a Babilônia, e retornou rapidamente pelo caminho mais curto que cruzava o deserto, temendo a ação de algum usurpador. Ele havia sido educado para tornar-se o herdeiro do reino, como indicava seu próprio nome, NABU-KUDURRI-USUR, ou ‘Nabu proteja o filho’, dado por seu pai em homenagem a Nabucodonosor I, famoso rei da segunda dinastia de Isin. Após várias campanhas para expulsar os egípcios da Síria e da Palestina, no fim do ano 598 a.C., o rei Nabucodonosor atacou a Palestina, e devido à rebelião do rei Joaquim de Judá, cercou e tomou Jerusalém em 16 de março de 597 a. C., levando para o exílio em Babilônia o rei e mais cerca de 3.000 cativos. Zedequias foi posto como rei em Judá prestando tributo a Nabucodonosor até 589 a. C. quando Jerusalém novamente se rebelou e foi sitiada durante 18 meses até ser completamente destruída em 586 a. C., e milhares de judeus serem levados para o exílio babilônico". ( Ruy Carlos de Camargo Vieira, editor Sucessos Preditos da História Universal, 2ª ed., p. 7, nota de roda-pé).

Portanto, Jerusalém foi atacada três vezes por Nabucodonosor: em 605 a. C., quando Daniel e seus companheiros foram levados como prisioneiros; em 597 a. C., quando Ezequiel foi levado também; e finalmente, em 586 a. C., quando Jerusalém foi completamente destruída. As Escrituras registram o motivo pelo qual Deus permitiu a destruição de Jerusalém: "Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do Senhor contra o seu povo, e não houve remédio algum". (2Cr 36:16).

O cativeiro babilônico serviria para o povo se humilhar diante de Deus e buscá-lo novamente com fervor. Deus em Sua infinita misericórdia revelou através do profeta Jeremias a duração do cativeiro: "Logo que se cumprirem para a Babilônia setenta anos, atentarei para vós outros e cumprirei para convosco a minha boa palavra, tornando a trazer-vos para este lugar". (Jr 29:10).

O sonho de Nabucodonosor

Corria o ano de 603 a. C. e Daniel já havia se habituado com a cultura dos babilônios a ponto de destacar-se entre os sábios do reino. Uma coisa, sobretudo, Daniel e seus três companheiros mantiveram de acordo com a educação que receberam em sua terra natal: o temor do Senhor e a prática da vida religiosa. Não se contaminaram com a idolatria dos babilônios. Permaneceram adorando o único "Deus no céu e na terra". Nesse ano, o rei Nabucodonosor teve um sonho que foi enviado por Deus, apesar do rei acreditar ter vindo o sonho das divindades babilônicas. Por não se lembrar do sonho, muito menos sua interpretação, resolveu convocar os sábios, encantadores e adivinhos do reino para que lhe contassem o sonho e também sua interpretação. Como não conseguiram decifrar o tal sonho, foram ameaçados com a pena de morte pelo rei. Daniel ficou sabendo da decisão e buscou a direção de Deus para interpretar o sonho. Deus respondeu sua oração, e logo então, Daniel foi introduzido à presença do monarca que, ansioso, aguardava o pronunciamento do profeta: "O mistério que o rei exige, nem encantadores, nem magos, nem astrólogos o podem revelar ao rei; mas há um Deus no céu, o qual revela mistérios, pois fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de ser nos últimos dias". (Dn 2:27, 28)

De acordo com a Bíblia os "últimos dias" começaram com a morte de Cristo. O Salvador inaugurou os "últimos dias" com Seu sangue derramado na cruz: "Havendo Deus, outrora falado muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o Universo". (Hb 1:1, 2) "O sangue de Cristo conhecido, com efeito, antes da fundação do mundo, porém manifestado no fim dos tempos, por amor de vós". (1Pe 1:19, 20). Não podemos confundir os "últimos dias" com o "tempo do fim", também encontrado em Daniel (8:17; 11:35; 12:4, 9). O "tempo do fim" refere-se ao fim dos "últimos dias", ou seja, determina o período final dos "últimos dias". Por enquanto, o importante é saber que os "últimos dias" começaram com a morte de Cristo.

Continua...

2 comentários:

Anônimo disse...

É maravilhoso encontrar artigos tão importantes e valiosos para nosso crescimento espiritual como esse. Estudar e entender o livro de Daniel é de extrema importância para todo ser humano. A profecia mais significativa e que identifica a igreja verdadeira de Deus está contida nesse livro, ( a do Juízo Investigativo de 1884). Que Deus continue abençoando aqueles que proclamam as verdades do Evangelho Eterno!

Anônimo disse...

Apena uma correção: o Juízo Investigativo citado no livro de Daniel , capítulos 8 e 9 teve início em 1844.