quinta-feira, setembro 06, 2007

A visão dos quatro animais - Parte 2

VISÃO: "Estando eu a observar os chifres, eis que entre eles subiu outro pequeno, diante do qual três dos primeiros foram arrancados; e eis que neste chifre havia olhos, como os de homem, e uma boca que falava com insolência" (Dn 7:8).
A partir deste ponto, o capítulo 7 amplia sobremaneira o capítulo 2, acrescentando uma variedade de novos detalhes. Esse outro chifre que surge dentre os dez, representa também um reino, um poder. Embora sendo um elemento novo que surge no cenário profético, é possível descobrirmos seu significado mediante os sinais dados na visão de Daniel. Vejamos:

INTERPRETAÇÃO: "E, depois deles, se levantará outro, o qual será diferente dos primeiros" (verso 24). Esse poder surgiria do meio das dez tribos bárbaras e teria uma natureza diferente de todos os anteriores. Enquanto todos os reinos até aqui foram seculares, este outro seria, pois, um reino espiritual. Somente um poder preenche de modo completo todos os sinais dados pelo anjo a Daniel, a começar por esse já citado: a Igreja Romana. "Roma, abandonada pelos imperadores e tornada uma presa fácil da pilhagem dos bárbaros, aos quais não tinha coragem de resistir, viu no bispo de Roma o seu tutor, seu protetor e seu pai. De ano em ano o poder temporal dos papas foi tomando incremento e converteu-se finalmente num domínio". (O Vidente na Corte de Babel, citado por Guilherme Stein Jr., Sucessos Preditos da História Universal, 2ª Ed., p. 56, 57)."Sob o Império Romano os papas não tinham poderes temporais. Mas quando o Império Romano se desintegrou e foi substituído por vários reinos rudes, bárbaros, a igreja católica romana não apenas se tornou independente dos estados em assuntos religiosos, mas também dominou os negócios seculares". (Carl Conrad, The Papacy and Wold-Affairs, citado pelo Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia sobre Daniel, edição em português, p. 241).

"E abaterá a três reis" (verso 24). Daqueles dez reinos, três eram arianos, ou seja, não aceitavam a natureza divina do Filho de Deus, mas ao contrário, declaravam ser Ele um ser criado. Como esses três reinos representavam uma ameaça aos dogmas da Igreja Romana, e conseqüentemente colocavam sua hegemonia em jogo, foram eliminados por influência da própria Igreja Romana: os Hérulos (493 d. C.), os Vândalos (534 d. C.) e os Ostrogodos (538 d. C.). A partir de então, a Igreja Romana alcançou a supremacia mundial incontestável.

"E parecia mais robusto do que os seus companheiros" (verso 20). "Assim, pois, se estendia desde Chipre e da costa fenícia até o Golfo Fínico, da Groenlândia e da Islândia até as Colunas de Hércules, a Igreja da cristandade latina, aquele Estado bélico-sacerdotal de povos romano-germânicos, que no correr dos séculos médios foi gradualmente se elevando até essa altura. Na sua frente estava a gerarquia papal que exercia a sua influência em todas as partes até os mais extremos limites. Estava agora, apesar de tudo, realizado aquilo ao que os velhos alemães do tempo dos carolíngios, e saxões, se haviam oposto com todas as suas forças: O princípio espiritual havia atingido ao domínio onipotente". (Leopold Ranke, Weltgeschichte, citado por Guilherme Stein Jr., Sucessos Preditos da História Universal, 2ª Ed., p. 64). Portanto, esse poder foi superior não só pela extensão do seu território como também pela influência política e religiosa que exerceu.

"Neste chifre havia olhos como os de homem" (verso 8). "Uma ponta em que existem olhos! Isto é com efeito uma idéia singular: Quão maravilhosa, porém, se a compreendermos no seu verdadeiro sentido! O que há 1200 anos conferiu o poder a Roma, foi justamente essa agudeza de vista sobrehumana, essa habilidade segundo a ciência do mundo de que os olhos são símbolo..." (François S. R. Gaussen, Lê Souverain Pontife et l’Eglise de Rome, soutiens de la verité, par l’accomplissement dês Escritures, citado por Guilherme Stein Jr., Sucessos Preditos da História Universal, 2ª Ed., p. 66)

"E uma boca que falava com insolência" (verso 8). Historicamente é fácil reconhecer o cumprimento desse aspecto: "O papa é de tão grande dignidade e excelência, que não é meramente homem, mas como se fosse Deus, e é o vigário de Deus. Só o papa é chamado santíssimo... monarca divino, supremo imperador, e rei de reis... O papa é de tão grande dignidade e poder que se constitui um no tribunal com Cristo, de tal maneira que, tudo o que o papa faz parece proceder da boca de Deus" (Ferraris Eclessiastical Dictionary, citado por Edwin Thiele, Apostila de Daniel, p. 68). O papa Leão XIII disse certa ocasião: "Ocupamos na Terra o lugar de Deus Todo-Poderoso" (The Great Encyclical Letters of Leo XIII, citado por Edwin Thiele, Apostila de Daniel, p. 68). Cristóvão Marcellus disse ao papa Júlio II no 5º Concílio de Latrão, ocorrido em 1512: "Vós sois o pastor, vós sois o médico, vós sois o governador, vós sois o chefe de família, enfim, vós sois um outro Deus na terra" (citado por C. M. Maxwell, Uma Nova Era Segundo as Profecias de Daniel, p. 131). Os textos históricos citados cumprem também o que foi profetizado em Daniel 7:25: "Proferirá palavras contra o Altíssimo".

Continua...

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