terça-feira, setembro 18, 2007

A visão do santuário - Parte 4

Além de alterar a Lei de Deus, os Dez mandamentos, o poder religioso de Roma transferiu o ato de intercessão pelo pecador para o líder da igreja - o sacerdote. Além disso, deitou abaixo o lugar do santuário de Deus, invalidando a contínua intercessão de Cristo, ao estabelecer também a adoração aos "santos". Foi estabelecido um santo para cada necessidade humana (casamento, liquidar dívidas...) e um para cada dia do ano, esvaziando assim, a função mediadora de Cristo no santuário celestial.

Mas, como surgiu a doutrina da adoração e intercessão dos "santos" na Igreja Romana? Ela foi copiada do modelo pagão do Império Romano. O teólogo Orlando Jerônimo de Oliveira assim explica: "A mitologia clássica da Grécia e de Roma ensinava a existência de Dii Majores, divindades superiores, e Dii Minores, divindades inferiores. Os pagãos acreditavam que os Dii Majores possuíam todo o poder e autoridade e que os Dii Minores serviam de mediadores entre os deuses e os mortais, de tal modo que a mitologia grega no Império Romano consistia de muitos deuses e muitos mediadores. Acreditava-se que quando um homem se fazia notável por seus feitos, conquistas e invenções ou qualquer outra coisa que o distinguisse como benfeitor do gênero humano, podia ser canonizado e posto no número dos deuses inferiores. Como deus inferior ou semi-deus vinha a ser um mediador. A simpatia por seus semelhantes, somada aos méritos o tornavam idôneo para desempenhar as funções de intercessor entre os mortais e os deuses maiores. Os filósofos pagãos Hesíodo, Platão, Apuleo, e outros, falam todos nesse sentido. O filósofo Apuleo disse: ‘Os semi-deuses são inteligências intermediárias, por meio das quais nossas orações e necessidades chegam ao conhecimento dos deuses. São mediadores entre os habitantes da Terra e os habitantes do Céu. Eles levam para lá as nossas orações e trazem para a Terra os favores implorados. Eles vão e voltam como portadores das súplicas dos homens e dos auxílios da parte dos deuses’" (A Igreja Católica nas Profecias, p. 107, 108. Editora Ados).

Pesa ainda o fato de que a igreja foi capaz até de comercializar o perdão vendendo indulgências, método contra o qual se levantou Martinho Lutero. Tudo isso contribuiu para desfigurar a imagem de Deus e Sua obra de salvação pela humanidade. De acordo com o Papa Leão XIII a missa substituiu o trabalho de Cristo no santuário celestial: "Os sacrifícios do Velho Concerto eram sombras do futuro sacrifício da cruz muito antes já do nascimento de Cristo. Após a Sua ascensão ao céu, um sacrifício idêntico continuou na missa...Nosso Divino Redentor quis que o sacrifício consumado uma vez na cruz se prolongasse para sempre. E isto é feito através da missa" (citado por Edwin Thiele, Apostila de Daniel, p. 93). De fato, o apóstolo Pedro (de quem o bispo de Roma diz ser sucessor), quando diante de um pecador para conceder-lhe perdão, não assumiu essa responsabilidade que só compete a Jesus, mas aconselhou-o a rogar a Deus pelo perdão (Atos 8:20-23).

O Dr. Frank Holbrook, em sua obra, O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo (Casa Publicadora Brasileira), p. 190, faz um resumo das características do chifre pequeno aplicando-as a Igreja Romana:
1- Ataca a Lei de Deus e a verdade (Dn 7:25; 8:12).
2- Difama o caráter de Deus distorcendo-o (Dn 7:25).
3- Usurpa o lugar de Deus em Sua igreja e alcança o domínio mundial (Dn 7:8, 26 e 27; 2Ts 2:4).
4- Rebaixa o ministério sacerdotal de Cristo no santuário (Dn 8:10-13).
5- Ataca e destrói o verdadeiro povo de Deus (Dn 7:25).

Veremos no próximo estudo que a influência exercida pelo chifre pequeno para desviar as pessoas do ministério sacerdotal de Cristo cessaria após "duas mil e trezentas tardes e manhãs" (Verso 14). Assim, todas as profecias de Daniel registradas séculos antes de Cristo vir à Terra, cumpriram-se totalmente, o que demonstra a existência de um poder sobrenatural que transmitiu as profecias e que também auxilia na sua compreensão atual: "Disto também falamos, não em palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas ensinadas pelo Espírito, conferindo coisas espirituais com espirituais" (1Co 2:13).

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