quarta-feira, setembro 22, 2010

Os Adventistas e a Política

Nem sempre é fácil determinar a fronteira entre assuntos sociais e políticos. Os pioneiros adventistas estiveram envolvidos em algumas questões sociais. No início, os adventistas estiveram interessados em combater o alcoolismo, a escravidão, a opressão da mulher e em programas que atendessem às necessidades educacionais de crianças e jovens.

O Dr. Beach, autoridade mundial em liberdade religiosa, escreveu: "Cristianismo não é uma religião de indivíduos isolados ou de pessoas voltadas somente para seu interior; é uma religião de comunidade. Os dons e virtudes cristãos têm implicações sociais. Compromisso com Jesus Cristo significa compromisso que gera responsabilidade pelo bem-estar de outras pessoas."

Conheça alguns princípios que poderão ser úteis em período de eleições:

A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA É NEUTRA EM RELAÇÃO A PARTIDOS POLÍTICOS.
A Igreja Adventista do Sétimo Dia evita orientar seus membros em questões ligadas à política e não apoia qualquer partido político em particular. Alguns membros da igreja têm se envolvido em política, e isso é uma decisão pessoal. Devido à rivalidade que frequentemente existe entre partidos políticos, é preferível que os cristãos, que se candidatam a cargos públicos, sempre o façam de modo independente.

A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA NÃO É NEUTRA EM QUESTÕES MORAIS.
Os valores cristãos devem ser partilhados, promovidos e protegidos. Quando um programa político está em oposição aos valores cristãos, como justiça, temperança, liberdade e separação entre igreja e estado, o cidadão adventista tem que acompanhar sua tarefa de acordo com suas crenças e consciência. Recusar votar não é uma forma eficaz de contribuir para uma sociedade melhor. Algumas leis e programas políticos podem ter resultados muito negativos.

Ellen G. White escreveu: "Em nossa terra favorecida, todo eleitor tem de certo modo voz em decidir que espécie de leis hão de reger a nação. Não deviam sua influência e voto ser postos do lado da temperança e da virtude?" (Obreiros Evangélicos, p. 387).

A IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA NÃO DITA COMO VOTAR.
A decisão sobre como votar ou a quem apoiar é uma decisão individual. Isso deve ser feito de forma compenetrada, baseado naquilo que acreditamos ser o melhor para o país e para a continuação da proclamação do evangelho. A igreja não deve estar envolvida em campanha política. Nunca deveriam o púlpito ou encontros da igreja ser plataforma para campanhas políticas: "Queremos nós saber a melhor maneira de podermos agradar ao Salvador? Não é empenhando-nos em polêmicas políticas, seja no púlpito ou fora dele" (Testemunhos Para Ministros, p. 331).

O CRISTÃO APOIA A SEPARAÇÃO ENTRE IGREJA E ESTADO.
Nenhum poder ou governo terrestre tem o direito de legislar em assuntos de religião, e nunca deveria a igreja usar sua influência ou seu poder para criar leis religiosas ou forçar outros a agirem de acordo com suas crenças ou práticas: "Toda perseguição, toda a força empregada para obrigar a consciência, provém de Satanás; e aqueles que se encarregam desses planos são seus agentes para executar seus propósitos diabólicos". (Review and Herald, 10 de janeiro de 1893).

John Graz
Diretor do Departamento de Liberdade Religiosa da Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo Dia

Fonte: Revista do Ancião jul-set 2010.

NOTA: Não ser neutro em questões morais significa, na prática, não votar em qualquer candidato (a) que defenda a legalização do aborto, da prostituição, das drogas e de outras imoralidades...

Um comentário:

Os Atalaias disse...

Bom dia pastor! Apesar da abordagem acima ter sido feita no ano de 2010 e hoje estarmos em 2012...o tema sempre é atual pelos momentos vividos pelo povo de Deus nos últimos anos. Fico triste e profundamente decepcionado quando na hora de nos posicionarmos como representantes de Deus nesta terra, fugimos e deixamos a oportunidade cair de nossas mãos. Ontem (25/09/2012) assisti o programa "Na mira da verdade" com os irmãos Tito Rocha e Leandro Quadros. Homens usados por Deus para o esclarecimento de verdades ainda não compreendidas por grande parte do mundo cristão e, Deus seja louvado pelo programa. Todavia, eles, como nós, são humanos e algumas vezes as perguntas levantadas não têm a plena satisfação bíblica e, também do espírito de profecia. E numa destas perguntas foi levantada a questão de adventistas se candidatarem na política. Que oportunidade perdemos de expressar o desejo de Deus para a vida de cada ser humano...e nosso irmão deu uma tremenda bola fora quando omitiu citações do espírito de profecia e manipulou a interpretação de Daniel. São contextos amplamente diferentes em propósitos também diferentes. Daniel não colocou-se ao lado de partidos políticos, jogos de influências e interesses que visam apenas o domínio, dinheiro e poder. Ele foi levado à Babilônia e lá, em meio a toda corrupção Deus o salvou e o rei o exaltou (cargo esse não eletivo, mas de confiança como um Administrador) num tempo absolutamente diferente de Daniel, por favor não invoquemos sua história de fé e pureza para aqueles que de vontade própria ousam colocarem-se ao lado de homens cujo caráter é corrupto, por não se renderem a Cristo. Ellen G. White em vários de seus escritos, inspirada levanta questões fortes de serem debatidas porque vêm contrapor nossas opiniões e que por isso mesmo não temos levado mais em consideração o Espírito de Profecia, e como queremos pregar acerca dele se nem mesmo nós, Adventistas do Sétimo Dia não cremos, muito menos obedecemos aos conselhos dos profetas?! É, como o Senhor mesmo afirma em sua palavra: "O Senhor, Deus de seus pais, começando de madrugada, falou-lhes por intermédio dos Seus mensageiros, porque se compadecera do Seu povo e da Sua própria morada. Eles, porém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras de Deus e mofavam dos Seus profetas, até que subiu a ira do Senhor contra o Seu povo, e não houve remédio algum." II Crônicas 36:15,16.